Bacia do Paranapanema terá monitoramento de águas subterrâneas

Com iniciativa da Agência Nacional de Águas (ANA), por meio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), foi firmado, em Curitiba (PR), na última quinta-feira (1), o contrato de Planejamento da Rede de Monitoramento Quali-quantitativo de Águas Subterrâneas da Bacia do Rio Paranapanema.

Participaram da reunião o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema, Everton Souza, os representantes da ANA, Adriana Niemayer e Fernando Oliveira, e o representante do DAEE, Emílio Carlos Prandi.

O contrato está inserido no âmbito do Programa de Desenvolvimento do Setor Água (INTERÁGUAS) e visa a elaboração de uma proposta de Rede de Monitoramento de Águas Subterrâneas para a Bacia do Rio Paranapanema. Esta ação, foi uma demanda do Plano Integrado de Recursos Hídricos (PIRH) da Unidade de Gestão de Recursos Hídricos (UGRH) Paranapanema, considerada prioritária.

“No PIRH há a previsão que até 2025 devemos ter as redes de monitoramento implantadas. Portanto, essa iniciativa está dentro da estratégia de implementação do Plano de forma a complementar a rede de monitoramento que já existe no estado de São Paulo e implantar uma rede no estado do Paraná”, disse o presidente do CBH Paranapanema.

Os dados quali-quantitativos das águas subterrâneas dos principais aquíferos dessa unidade de gestão serão essenciais para o aumento do seu conhecimento, de forma a melhorar a tomada de decisões dos gestores e do Comitê de Bacia, bem como o acompanhamento e divulgação dos dados e informações para a sociedade.

“A rede de monitoramento irá abranger os 106 mil km² da bacia do Paranapanema. É evidente que não será possível monitorar os 247 municípios, mas será feito um esforço muito grande para uma distribuição inteligente para realizarmos este trabalho. Questões relacionadas ao solo, hipsometria e as próprias estações fluviométricas e pluviométricas que já existem serão consideradas para a escolha dos locais desse planejamento”, afirmou Souza.

Os trabalhos serão desenvolvidos a partir do material existente nos mapas de águas subterrâneas dos estados de São Paulo, Paraná e também do mapa da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) das águas subterrâneas do Brasil.

Tudo isso baseado em potencial hidrogeológico, em classes de produtividade e considerando os principais aquíferos: o Bauru Caiuá, o Serra Geral, o Guarani, o Passa Dois, o Palermo, o Rio Bonito, Itararé, Ponta Grossa, Furnas, Karst e Fraturado Centro Sul. Esta é a base hidrogeológica da bacia do rio Paranapanema, segundo nota técnica, elaborada pela ANA.

O geólogo André Luiz Bonacin conduzirá a elaboração de uma proposta de planejamento para a implementação da Rede de Monitoramento Quali-Quantitativo de Águas Subterrâneas na bacia do Rio Paranapanema, considerando o horizonte de implementação do Plano de Bacia Hidrográfica, e os múltiplos atores envolvidos, suas atribuições e o estágio atual das redes de monitoramento existentes em âmbito nacional (Rede Integrada de Monitoramento de Águas Subterrâneas-RIMAS do Serviço Geológico do Brasil) e estadual (Estado de São Paulo).

Além da elaboração da proposta de planejamento da rede, estão previstos a proposta de estratégia para sua implementação; proposição de modelo de articulação interinstitucional para a operação da rede; identificação dos aquíferos prioritários de acordo com critérios técnicos e o número correspondente de pontos de monitoramento; definição dos parâmetros a serem monitorados; frequência, tipologia de aquisição de dados; projetos de poço de monitoramento; análise dos principais obstáculos técnicos, financeiros e institucionais para a implementação da rede e a indicação de soluções de suplantá-los; e estratégia e cronograma de implementação desta rede, de forma integrada com a Rede Hidrometeorológica Nacional e as redes estaduais e a Rede Integrada de Monitoramento de Águas Subterrâneas.

“A integração das redes de monitoramento de águas subterrâneas e superficiais é fundamental para o entendimento do funcionamento das questões de recursos hídricos em uma bacia”, finalizou Everton Souza.