Estudo de Modelagem do Paranapanema é temática de evento acadêmico

O I Encontro da Rede de Extensão em Água, promovido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp Campus Ourinhos), de forma híbrida entre os dias 29 e 30 de setembro, uniu docentes, discentes e técnicos para falar sobre os recursos hídricos.

O estudo de Modelagem Hidrológica do Paranapanema, para dar bases ao enquadramento aos corpos d’água, desenvolvido em cooperação entre a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), teve destaque nos dois dias do evento.

O Estudo de Modelagem foi resultado da demanda do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema (CBH Paranapanema), para atendimento da ação do Programa Instrumentos de Gestão, Subprograma Enquadramento, do Plano Integrado de Recursos Hídricos (Pirh) da Bacia.

O enquadramento dos corpos hídricos é um instrumento que visa manter os cursos d’água com a qualidade compatível aos seus usos. Por isso, os estudos para o enquadramento trazem os componentes encontrados na água em cada trecho, seus poluentes, os usuários daquela região e, assim, estabelece a classe em que o rio está e a sua classe ideal. Sempre baseado nos princípios da gestão dos recursos hídricos de participação, integração e descentralização.

Com a aprovação do enquadramento, após longa discussão, todos os trechos passam a ser enquadrados em uma classe e os usuários de água de cada trecho têm o compromisso de tratar seus efluentes (a água lançada de volta ao rio) e só os lançar se estiverem na classe daquele trecho de rio. Vale destacar que é competência do Comitê aprovar a proposta de enquadramento, por meio do diálogo com todos os atores da Bacia Hidrográfica.

Portanto, o estudo demandado tem como objetivo trazer os dados necessários para subsidiar as tomadas de decisão em relação ao enquadramento, contudo, a equipe à frente do projeto foi além e criou uma nova forma de se analisar a qualidade da água, criar metas e estabelecer enquadramento em classes d’água.

Por meio de uma ferramenta totalmente desenvolvida durante o projeto, onde os dados já existentes de monitoramento e das características da Bacia Hidrográfica são lançados e se tornam claros, é possível se ter o mapa da Bacia, por meio de cores, com os níveis de três elementos que afetam a qualidade da água: fósforo, nitrato e DBO. O modelo traz ainda as metas de redução destes poluentes, de acordo com as classes determinadas.

Para se chegar neste resultado, o grupo à frente do projeto se dividiu em diversas áreas: gestão do território, as emissões e o seu caminho, a dinâmica dos reservatórios, integração dos reservatórios à Bacia, remoção das cargas poluidoras para metas de enquadramento, cenários tendenciais e o Mogest, o modelo que costura todas essas informações e traduz em linguagem de simples interpretação.

Por ser pioneiro, um melhor detalhamento técnico é imprescindível para que todos entendam e possam utilizá-lo, além de poder demonstrar os resultados e projeções já identificados utilizando o modelo. Neste contexto, o 1º dia do Encontro (29 de setembro), os gestores do estudo, da UFPR, se dedicaram a apresentar de forma geral o estudo e os resultados alcançados.

De forma mais específica, com explicação de como se chegou ao modelo, o 2º dia do Encontro (30 de setembro) contou com uma oficina voltada aos técnicos que utilizarão o modelo em seu dia a dia, como os órgãos gestores e companhias de saneamento básico.

Para finalizar o evento, o geólogo e assessor Técnico do CBH Paranapanema, Emílio Prandi, apresentou o trabalho desenvolvido pelo Comitê em prol da Bacia Hidrográfica. “Em conjunto aos órgãos gestores, instituições de ensino e usuários de água, o Comitê do Rio Paranapanema tem conseguido implementar seu Plano de Bacia e trazer estudos pioneiros, como o apresentado durante todo o evento, que mudam a forma de ver e planejar a gestão das nossas águas”, finalizou.

O vice-presidente do Comitê Marco André D’Oliveira, também presente no evento, destacou que a Bacia do Paranapanema tem um ambiente propício para ser modelo às demais Bacias, considerando a dedicação dos membros do Comitê e o engajamento dos atores envolvidos na gestão. “O Comitê apoia e estimula novas ideias que otimizam a gestão, dão subsídios às tomadas de decisão e torna mais acessível e compreensível a temática água”, complementa.

Para acessar as apresentações realizadas no dia 29/09, sobre o Estudo de Modelagem, clique abaixo:

Modelagem da Qualidade da Água na Bacia do Rio Paranapanema

Gestão de Território

Um olhar para a Bacia

Simulações nos reservatórios

Para assistir o evento do dia 29/09, clique aqui!

Para acessar as apresentações realizadas no dia 30/09, da Oficina de Modelagem, clique abaixo:

Simulação hidrodinâmica da qualidade da água em rios: impacto para os instrumentos de gestão de recursos hídricos

Mogest

Para acessar a apresentação do CBH Paranapanema sobre a sua atuação, clique aqui!

Para assistir o evento do dia 30/09, clique aqui!

Para conhecer o estudo, clique aqui!