‘Água na mídia’ traz exemplos de trabalhos a respeito da água na televisão e levanta debate

Saneamento básico, transposição, crise hídrica e mineração, a partir da apresentação de vídeos, foram dialogadas pelos painelistas

A jornalista Sônia Bridi moderou a Roda de Conversa Água na Mídia, realizada na Arena da Vila Cidadã, no penúltimo dia do 8º Fórum Mundial da Água (22 de março), às 16h30. Para iniciar, Sônia apresentou uma reportagem que desenvolveu sobre o Rio Nilo, para o Fantástico, que abordou o início da formação das civilizações, que se deram nas margens deste rio. Sonia destacou, ainda, que a série de reportagem foi uma das mais importantes para ela, por se tratar da importância dos rios para o surgimento da sociedade que temos hoje.

Para explanar sobre os temas apresentados por meio de trechos de reportagens e cenas da dramaturgia nacional, Ana Toni, doutora em ciência política, João Paulo Capobianco, doutor em ciência ambiental, Flávia Rocha, Renato Cunha, jornalista.

Ana Toni falou sobre a cultura da abundância que se vive no Brasil e como ações que não estão diretamente relacionadas aos cuidados da água, como propagação de modelos de energia sustentáveis, podem contribuir com a melhoria dos recursos hídricos.

Capobianco lembrou do conceito ecochato, e como a mídia contribuiu para tornar o termo pejorativo. Flávia Rocha destacou a capacidade de mobilização dos jovens, que hoje é muito maior do que as gerações anteriores. “Essa é uma geração que quer se engajar e tem muito a dizer. Portanto, se olharmos com carinho para esse público, muito podemos fazer”, ressaltou.

Os presentes também destacaram a importância de levar conhecimento ao público, para que o conhecimento gere envolvimento e apego sentimental, dessa forma, a mídia exerce um papel fundamental. Além, é claro, de ajudar na memória, registrando lembranças, como, por exemplo, o desastre em Mariana – MG.

Ainda sobre Mariana-MG e a tragédia vivida pela população local, se levantou questões acerca do desenvolvimento econômico versus a preservação ambiental. Os painelistas levaram, ainda, à reflexão acerca dos privilégios de grandes empresas no uso da água, em relação aos pequenos, como os pescadores, no caso de Mariana-MG, que também tiram o seu sustento do rio. Ainda dentro do tema, a mesa indaga se as penalidades foram suficientes para que não aconteça novamente.

O saneamento básico, como o Governo o trabalha e sua importância para a população também foi pauta. Na sequência, Ana Paula, afirmou que há uma boa cobertura da mídia acerca da água, porém não há mobilização da população, diferentemente de outros assuntos que comovem e geram a inquietação da sociedade. Capobianco também reforça que as boas notícias devem ser divulgadas, para mostrar a população e ao Governo que é possível, porém a mídia não abre espaço para boas iniciativas.

Após abrir espaço para que os presentes participem da Roda, Sonia Bridi finaliza pedindo que todos continuem o diálogo e que levem a discussão também para as suas casas.