Comunicado sobre os Reservatórios na Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema

A Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema passa, desde outubro de 2018, por um período de poucas chuvas, alcançando os piores índices registrados, segundo os dados da Agência Nacional de Águas (ANA).  A falta de chuva culminou no baixo nível dos reservatórios presentes na Bacia.

Para compartilhar informações e tomadas de decisões, a Agência Nacional de Águas instituiu a Sala de Situação do Paranapanema, composta pelos seguintes integrantes, além da própria ANA: Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), CTG Brasil, Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Votorantim Energia, Departamento de Água e Energia Elétrica pelo Estado de São Paulo, Instituto Aguasparaná, pelo Estado do Paraná, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema e os seis Comitês Afluentes, instituídos nos Estados de São Paulo e Paraná.

A partir daí, medidas mitigadoras foram pensadas e articuladas em conjunto, de forma que os reservatórios pudessem aumentar o nível da água, mesmo sem as chuvas, e, assim, preservar os usos múltiplos dos recursos hídricos nestas áreas.

Além do monitoramento, a primeira medida tomada pela Sala de Situação foi a redução da vazão de defluência dos reservatórios. Cada reservatório possui um regime de operação que estipula o volume de água que entra no reservatório (vazão de afluência) e que sai do reservatório (vazão de defluência). Neste sentido, se há entrada de água maior do que liberada, a tendência é que os reservatórios aumentem seus níveis de armazenamento.

A medida gerou resultados, conforme exposição abaixo:

Mês Jurumirim Chavantes Capivara Mauá
02/19 14,46% 18,91% 21,90% 20,04%
03/19 18,25% 24,91% 27% 70,59%
04/19 22,97% 32,55% 42,01% 45,78%
05/19 23,28% 34,41% 43,3% 42,89%
06/19 29,47% 42,08% 54,49% 99,88%
07/19 39,85% 46,61% 72,5% 92,28%
08/19 43,75% 47,29% 45,11% 51,91%

Contudo, o cenário de precipitação abaixo da média se manteve e também afetou outras Bacias Hidrográficas do país. O Sistema Elétrico Nacional é interligado e interdependente, por isso, todas as estratégias têm de ser pensadas e traçadas em conjunto. As Bacias Hidrográficas dos Rios Paranaíba e Grande também passam por um período seco que afetou a disponibilidade hídrica. Dessa forma, as vazões de afluência naturais dos reservatórios do Paranapanema foram reduzidas, ou seja, menos água chegando aos reservatórios.

Por isso, os reservatórios da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema estão liberando menos  água para a Bacia Hidrográfica do Rio Paraná. Esta bacia, também passa por período de estiagem, interferindo, principalmente, no funcionamento da Hidrovia Tietê-Paraná e da Usina de Itaipu.

Sendo assim, apesar dos reservatórios não terem atingido os níveis desejados, em agosto deste ano, fez-se necessário o aumento da vazão da defluência. A medida objetivou aumentar a disponibilidade hídrica para atender a Hidrovia Tietê-Paraná e a usina de Itaipu, que têm importância econômica de alta relevância para o país.

Desde então, a Sala de Situação tem se reunido quinzenalmente, já que os reservatórios mudaram o regime operacional e, com isso, fez-se necessário mais atenção acerca das mudanças ocorridas nos níveis de armazenamento, conforme demonstrado abaixo:

Data Jurumirim Chavantes Capivara Mauá
13/09/19 43,75% 46,72% 34,23% 36,37%
27/09/19 37,28% 39,95% 27% 35,29%

Os reservatórios da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema estão trabalhando com o seguinte regime de operação:

  • UHE Jurumirim: passará a uma operação a fio d´água, chegando a 30% de armazenamento mínimo;
  • UHE Chavantes: passará a uma operação a fio d´água até o final do horizonte, chegando a 30% de armazenamento mínimo;
  • UHE Capivara: passará a uma operação a fio d´água, chegando a 20% de armazenamento mínimo;
  • UHE Mauá: política de manutenção de nível.

O regime de operação a fio d’água significa que a quantidade de água que entra  no reservatório (vazão de afluência) será a mesma quantidade de água liberada (vazão de defluência). Neste sistema acima, será necessária a redução da geração de energia e haverá impactos aos usos múltiplos dos reservatórios, como turismo e psicultura.

Comitês da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema são mobilizados

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema (CBH Paranapanema) participa, por meio de sua Diretoria, das reuniões da Sala de Situação e estimula a participação de representantes dos seis Comitês Afluentes Estaduais, desde a instituição da Sala de Situação. Por meio dos canais de comunicação (e-mail, redes sociais e site), o Comitê tem disponibilizado informações à população sobre as decisões e a situação acerca da crise nos reservatórios da Bacia.

Outra iniciativa deste Comitê foi convocar uma reunião junto aos Prefeitos Municipais da Bacia para apresentar a situação dos reservatórios, o que causou o baixo nível vivenciado nos últimos meses, as estratégias encontradas para mitigar o problema e como os atores estão trabalhando e acompanhando a crise hídrica na Bacia.

Para falar sobre o assunto, o superintendente de Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas (ANA), Joaquim Gondim, explanou de forma didática como funcionam os reservatórios, os usos de recursos hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema e como eles são afetados pelo baixo nível dos reservatórios.

O Comitê tem trabalhado, ainda, na articulação junto aos atores da Bacia para execução de programas de revitalização, propondo atrelar a segurança hídrica e energética ao Plano Integrado de Recursos Hídricos do Paranapanema (PIRH Paranapanema). A proposta do Comitê é que o Plano seja incorporado às diretrizes das ações de segurança hídrica e energética.

Sabendo da preocupação de todos em relação a situação dos reservatórios com a medida atual de aumentar a vazão de defluência e, consequentemente, operar em níveis baixos de armazenamento, o CBH Paranapanema, a partir de amanhã (10 de outubro de 2019), emitirá informativos semanais com os dados de operação e armazenamento dos reservatórios, assim como a previsão climatológica para o período.

É preocupação desta Diretoria manter os agentes envolvidos na gestão de recursos hídricos e toda sociedade informada. A Diretoria se empenha, ainda, para, dentro de suas competências, propor medidas mitigadoras, fomentar ações de revitalização, mobilizar os usuários em prol da Bacia e defender que haja água em quantidade e qualidade para todos, dentro de um uso sustentável, em que se pese os fatores ambientais, sociais, culturais e econômicos nas tomadas de decisões.

Canais de Comunicação

A Agência Nacional de Águas publica boletins diários sobre a situação da crise na Bacia, assim como a gravação em vídeo de todas as reuniões da Sala de Situação. Para acompanhar, acesse: http://www3.ana.gov.br/portal/ANA/sala-de-situacao/paranapanema/paranapanema-boletim-diario.

Também é possível acompanhar por meio do CBH Paranapanema:

  • paranapanema.org
  • facebook.com/cbhparanapanema
  • instagran.com/cbhparanapanema
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  • issuu.com/cbhparananemacomunicacao

DIRETORIA DO CBH PARANAPANEMA

Everton Luiz da Costa Souza (Poder Público) – Presidente

Vandir Pedroso de Almeida (Usuário) – Vice-Presidente

Paulo Fernando Soares (Entidade Civil) – 2º Vice-Presidente

Denis Emanuel de Araujo – Secretário

Suraya Damas de Oliveira Modaelli – Secretária Adjunta